Porque devemos ser uma igreja missional?

Uma igreja missional, parte do conceito de ser mais do que mera-mente uma comunidade que ajuda com missões mundiais, mas que verdadeira-mente entende que o sentido de sua existência é envolver-se com a missão de Deus na terra, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo entre os povos. Ela entende que a missão não é responsabilidade de alguns poucos, mas é a tarefa de todos que conjuntamente se envolvem com a rea-lização da missão, começando com o pró-prio ambiente onde a igreja está plantada e estendendo-se até os confins da terra. Mas porque a igreja deve ser missional?

Para que Deus seja glorificado.

Antes de mais nada, a igreja é a instituição divina comprometida com a glória do nome de Deus. Ela existe para promover e expressar a grandeza de Deus no mundo.

Em Jo 17, encontramos a oração de Jesus em favor dos discípulos. De forma maravilhosa ele inicia sua oração falando a respeito de sua missão pessoal e seu principal objetivo. Ele diz: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (v. 4). Ele tinha uma obra, uma missão, mas acima de tudo, o que estava em foco era a glorificação do Pai. Continuando sua oração ele vai transmitir essa mesma responsabilidade para a Igreja, dizendo: “Assim como tu me enviaste aa mundo, também eu os enviei ao mundo” (v. 18). Os discípulos de Jesus são enviados com as mesmas prerrogativas da sua missão. A diferença é que a missão de Jesus envolvia a efetivação da obra da redenção em seu próprio corpo, já os seus discípulos assumem a tarefa de anunciar a obra da redenção consumada por Cristo na cruz.

A cruz de Cristo é o ponto mais alto da promoção da glória de Deus no ministério de Jesus. Agora seus discípulos assumem a responsabilidade e o privilégio de dar continuidade a essa obra, proclamando a redenção dos pecados através da obra da cruz para a glória de Deus.

A salvação da humanidade e a manifestação da glória de Deus ocorrem no processo de conhecer Deus e fazê-lo conhecido. Por isso Jesus diz: “A vida eterna é esta: que te conheçam a ti, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, consumando a abra que me confiaste para fazer” (vv. 3-4). Portanto, quanto mais uma igreja conhece o Deus revelado em Cristo por meio das Escrituras dedicando-se a contemplação do seu caráter santo, deslumbrada com a beleza de sua grandeza, imersa no seu amor e sustentada por sua infinita graça, tanto mais compreenderá sua missão, motivada pela glória do nome de Deus.

0 combustível que faz queimar na vida da Igreja o desejo para envolver-se com a obra missionária acontece quando as pessoas daquela comunidade local encontram-se maravilhadas com o Ser de Deus, com sua grandeza e santidade. A medida que um deslumbramento genuíno pela imensurável beleza de Deus toca o coração humano, acontece juntamente um despertamento para a obra de Deus no mundo. Veja o que aconteceu com o profeta lsaías, no cap. 6, ao se deparar com a grandiosidade e santidade de Deus. Houve naquele instante um reconheci-mento imediato do seu estado de pecado, do pecado de seu povo e, ao mesmo tempo, um despertamento imediato para o envolvimento com a obra de Deus.

Este tipo de experiência é o que abastece a verdadeira identidade missionária de uma igreja local. Ninguém se torna missionário apenas por ter um espírito aventureiro, por entusiasmo ou apenas por ter um profundo amor por um povo. Este tipo de ideia não mantém a obra missionária. Em primeiro lugar o que realmente sustenta a obra missionária é o quanto de fato estamos maravilhados pela grandiosidade e santidade de Deus. Quanto mais clara a visão de uma comunidade acerca do Ser Divino revelado na pessoa de Jesus Cristo, mais temor, quebrantamento e despertamento encontraremos no meio dela.

Artigo Publicado Boletim 44 – 2 Semestre de 2016.